domingo, 17 de maio de 2009

aos 21

E novamente o tema recorrente vem a mente. Cada dia que passa descubro mais sobre as pessoas que estão a minha volta, e quanto mais pareço compreendê-las, mais tenho a impressão de me conhecer. nessa ordem mesmo. me conheço melhor porque entendo você. E de alguns dias pra cá isso vem martelando minha cabeça cada vez com mais força. O que faz nossas vidas se encontrarem com outras? Por qual motivo algumas entram em nossas vidas com tanta rapidez com que saem? E porque algumas outras estão ali a tanto tempo que nem nos damos conta da importancia dela?

Ponho Damien Rice pra contar a história da minha vida enquanto escrevo esse post. Hoje acidentalmente vi um show dele na tv e imediatamente lembrei do show que assisti. Não sei direito o que isso me faz lembrar. Mas como pode as músicas dele falarem tanto de mim? Fico pensando novamente nos acasos da vida. Muitas vezes estamos de bobeira fazendo algo cotidiano e nos damos conta de como as coisas passam como um flash diante de nossos olhos e quão impotente nos tornamos diante algumas situações.

Fica muito confuso ler sem um contexto, mas acontece que o contexto tá tão profundo em mim que não consigo trazer pra superfície e compartilhar com o blog. Não entendo direito porque a tristeza aparece repentinamente como a chuva no verão. Tenho vontade de fechar os olhos e ficar apenas escutando a voz e o violão do Damien. Queria abrir os olhos e vê-lo tocar na ponta da minha cama. Só ele, de violão, cantando e olhando pra frente, e às vezes para mim para ver se o estou vendo. Mas na verdade estou de olhos fechados e escutando com toda a força que meu coração pode ter.

Acontece que Damien é só um grande projeção. Projeção daquilo que eu quero com aquilo que é. De fato nem tudo é como queremos, isso já cansei de ver, mas novamente me pergunto o motivo de acontecer do jeito que acontece. Eu levo 21 anos para me dar conta que tenho alguém que se preocupa comigo. E não só isso. 21 anos para perceber que eu o via com outros olhos. Não digo nem de recriminação, mas era de distanciamento. Essa pessoa não pertence a minha vida e por isso nunca me aproximei também pelo fato dele nunca demonstrar interesse.

Mas esse é só um exemplo da descoberta da importancia das pessoas pra mim. Eu não sou muito o tipo que desapega fácil, principalmente dos sentimentos. Sempre aparece alguém em nossas vidas que surge no momento em que menos se espera. E se vai do mesmo jeito. E porque disso? Eu realmente não sei. É difícil se dizer adeus a uma pessoa dessas, mas dizer o quê se tê-la por perto só causa mais dor, principalmente por perceber que já não me encaixo na vida dela. Que a minha tomou um rumo diferente, mas a dela um mais ainda. Eu tava lá quando precisou, e agora que não precisa mais, eu ainda quero estar. Mas já não me cabe mais isso.

Queria poder deixar de ser orgulhosa num estalar de dedos e dizer: "ok. posso te aceitar desse jeito. me aceite também, por favor" mas não consigo. Tenho vontade de pegar o telefone e ligar o número que finjo não saber de cor e dizer: "sinto tua falta. posso deitar no teu colo e chorar?" mas também não consigo. e se um dia fizer, logo depois me sentirei humilhada e fazendo papel de ridícula e estupidamente arrependida. Será que vale a pena sentir esse remorço todo depois, só por um abraço e um momento junto? Por mais que esse momento esteja um tanto quanto longe do que eu realmente queria que fosse.. Enfim, se contentar com o que tem nem sempre foi o meu forte.

Me despeço aqui, já aos 21 anos e uma semana, com muita angústia de ter apenas um blog pra poder vomitar todas essas palavras. Se isso interfere em alguém, não sei. Se o fizer, por favor, deixe seu recadinho aí pra eu saber... Falo tanta bobagem aqui, que às vezes só o que eu queria era um: "te entendo" ou de repente até um telefonema. Mas sou orgulhosa demais para pedir. Por isso escrevo um post inteiro. Para rodear e rodear e enfim dizer o que eu tenho vontade: não ligue para o que eu falo daqui pra fora. me entenda daqui pra dentro e tudo estará resolvido.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mais um feriado chega à casa

Meus trabalhos da faculdade deram uma folga e já não deito mais no sofá com o intuito de "descançar mais um pouco antes de fazer os trabalhos". Deito lá porque não sei mais com o que me ocupar. E é aí que o sentimento de solidão bate de novo. Quando tenho coisas extra-sociais pra fazer, isso não me incomoda. Eu fico sentada na frente do computador escrevendo e escrevendo, rabiscando, pensando e escrevendo, mal vejo o tempo passar.. ainda penso: "e nem deu tempo de limpar a casa" e no dia seguinte é o que eu faço.. limpo a casa, organizo tudo e no final penso: "sobrou um tempo pra terminar o trabalho de ontem" e assim vai. Mas agora, com nenhuma disposição para varrer a casa, e nenhum trabalho da faculdade pra fazer, com o que eu me ocupo?

É engraçado porque fico me remoendo aqui, pensando nas amizades que eu tenho.. já não sinto que elas são fortes o suficiente. Sou lembrada porque me querem bem ou porque realmente tem uma conexão forte comigo? de amizade mesmo. E às vezes me sinto culpada por ter abandonado os tais amigos do post passado, até porque de vez em quando surge um anônimo da vida dizendo "open your eyes" e me faz pensar quem poderia ser. Quem teria a coragem de me dizer para abrir meus olhos diante de um desabafo sobre ter me afastado de quem era meu amigo, mas não teve a coragem de dizer seu nome.. Porque de certo já foi alguém pra mim e se não disse o nome é porque não é mais. e a culpa foi de quem? não sei se importa.

Não me arrependo de não ser mais amiga das pessoas que me afastei. Tenho lembranças saudosas, mas não imagino sendo bom de novo hoje em dia. Eu me arrependo de ver o quão solitária eu fico de vez em quando, e me questiono o porquê de eu não sair por aí fazendo amizades com quem senta do meu lado no ônibus. Certamente se eu fizesse isso, já estaria rodeada de pessoas pra fazer qualquer coisa, e nenhuma delas diria pra eu abrir meus olhos. Ou diriam?

Já não sei o que pensar.. mas toda vez que isso acontece eu penso que meu lugar não é aqui, que deveria morar em outra cidade. e fico pensando o porquê da outra cidade, já que pra mim pode ser qualquer uma, desde que não seja essa. e talvez isso ocorra por eu não consigr ser eu mesma aqui. ou então quem eu sou, já não gosto. e não tenho a disposição e a coragem de mudar aqui mesmo. preciso de um lugar onde ninguém me conhece e de um lugar onde eu não conheço pra ser quem eu ainda também não conheço. e enquanto eu não descubro qual lígia eu quero ser que vai me deixar mais feliz do que quem eu sou agora, fico por aqui tentando arranjar o que fazer.