segunda-feira, 30 de março de 2009

o porque de não se ter o que dizer

bom, hoje eu escrevi no meu diário - sim, eu tenho um diário pra escrever as coisas que não dá pra escrever aqui (com nomes e tal) - e percebi que tudo que pude contar foram as coisas que fiz ontem e hoje. tudo pontualmente. encontrei fulano, fui a tal lugar, aconteceu isso.
o que isso significa? que não fiquei me debatendo em crises existenciais nem em agonias profundas e resoluções inadequadas do comportamento humano. e o que significa isso? que vou bem.

pra hoje não tenho nada de mais pra escrever aqui; até porque, só tenho inspiração pra escrever nos dias ruins. uma vez ouvi alguém falar que só se expressava bem diante do sofrimento e da dor. pois então, eu sou assim também. e meus dias andam bons. não digo excelentemente bons e exemplares. mas satisfatórios. e isso que importa agora. não tenho nenhum papo deprimente nem nenhum desabafo sobre minhas crises.

um brinde aos bons momentos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Vômito

Eu sou engolida por esse universo que não sei quem comanda. Só sei que ele não me digere bem e faço mal pra ele. Ou não. Pode ser que na verdade eu que engulo o universo e do jeito que ele tá não me cai bem. Acho que é uma relação mútua de desgostos. Eu oscilo de uma decisão a outra. Eu agora tenho certeza que quero isso, amanhã já não tenho mais. O que faz de mim uma pessoa que muda de vontades e opiniões assim? Eu não sei. Eu não faço idéia. Sei que não sou perfeita e que o mundo não me fez altamente compreensível. Não consigo adivinhar o que passa na cabeça das pessoas. Mas quer saber? Não sei porque pensar sobre isso agora, pouco me importa o que eu sei sobre os outros. Se eu mal sei sobre mim, pra que me preocupar com a incerteza e a indecisão alheia? Sou egoísta e egocêntrica. Tenho que me focar nos meus problemas porque é por eles que eu todo dia acordo e tenho vontade de fazer algo diferente, de encarar a vida com um outro olhar.

Não faço idéia de qual é a intensão desse post, não sei nem porque comecei a escrever.. Cheguei em casa faz pouco tempo e tenho sono o suficiente pra me jogar direto na cama com a roupa que tô. Mas não, fui pro sofá ligar a televisão e me submeter a programas que não dispunho meu tempo por nada e depois ainda vim pra cá, pra esse computador que não me traz nada de útil. Que só me faz pensar e pensar sobre coisas que eu não entendo. Eu me irrito mais porque eu tento agir conforme a música. Acontece que agora toca Little Joy e tenho vontade de chorar. Se a próxima for Nirvana me jogo da janela.

Pra quê se preocupar com aquilo que não tenho poder de controlar? É impossível controlar o ser humano e nem é bom querer fazê-lo. Mas essa força é forte demais em mim. Eu quero agora. Eu quero agora. Eu quero agora poder gritar pro mundo que dói ficar deitada na minha cama querendo aquilo que não tenho. E não são coisas materiais porque a cada dia que passa menos eu me apego a elas. Eu me confundo com meus sentimentos. Me confundo com as palavras na hora de escrever aqui. Penso que posso, penso que quero, penso que consigo e lembro que não é bem assim. Que se eu for parar pra ver eu não tenho o que eu quero e fico infeliz com isso. Preciso aprender a me desapegar das pessoas. Porque é tão difícil? Porque a gente cria vínculos e depois precisa rompê-los de um dia pro outro? Uma coisa é tu querer se afastar porque fulando não te faz bem ou porque os objetivos e as vontades já não são mais os mesmos. Acontece que não. Não é assim que acontece. Eu sinto que o melhor que posso fazer é me afastar pra não sofrer mais. E pra que se afastar de quem se gosta se não foi ignorado? Aliás, como saber quando se é ignorado? Porque novamente eu me confundo. Se mal meus sentimentos eu consigo traduzir, imagine o dos outros. Uma hora ele age assim, outra hora age assado. Ser humano não vem decifrado. Não vem, Lígia. Não adianta. Resmungar e agir como criança mimada e adulto possessivo não vai me levar a nada.

Mas eu quero. Eu quero. Eu quero. Eu quero. Eu quero poder ficar perto de quem eu gosto sem sentir que não é o certo. Poder abraçar e beijar sem sentir culpa por saber que não é a melhor decisão. Quero que as coisas sejam diferentes. É isso. Quero ter o poder de escolher a música pra ver os outros dançarem. E agora toca Manu Chao. E já me faz lembrar de outra coisa. Mas é melhor acabar esse post logo porque não tá levando a nada. Só sai um emaranhado de palavras que meus dedos escrevem antes mesmo de eu terminar de pensar. Se meus dedos tomarem as decisões mais sensatas que a minha cabeça, então eu escrevo um livro. Mas não agora. Porque agora toca Superman, da Sandi Thom e só o que eu consigo pensar é que eu não sou perfeita. E agora eu não quero ser. Quero que vomitar o universo e deixar ele sujo na sala e deixar que se limpe sozinho porque eu não quero mais me mexer. Só quero deitar e dormir logo.

Então tchau. Nem boa noite tem hoje.

sexta-feira, 20 de março de 2009

o dia diferente

A primeira frase que me veio na cabeça pra começar esse post foi: "Nada como um dia após o outro". Não lembro de onde eu ouvi, mas acho que já a conheço faz tempo. Hoje eu concordo com ela. Aliás, eu sempre concordo com ela, mas nos dias mais downs eu nem lembro da frase e geralmente não quero nem saber que há uma luz no fim do túnel. Não sei se dá pra dizer que encontrei a tal da luz, mas ó.. as coisas melhoram! É só dar tempo ao tempo que as tudo naturalmente volta ao seu lugar.

Então é isso que eu vim dizer. O que eu já sei mas é sempre bom lembrar. Todo mundo tem seus maus momentos, suas pré disposições pra acomodação e suas estúpidas vontade de nunca mais fazer nada além de se afundar no sofá. Acontece que uma hora a gente explode e percebe que acordar tarde toda manhã, fazer nada toda a tarde e fingir fazer algo toda noite não leva a nada, a não ser mais e mais acomodação. E cansei. Cansei de ficar pensando no que fazer, em como agir, no que falar. Eu vou dar um passo de cada vez e ir atrás daquilo que eu quero. O que eu quero? Ainda não descobri. Mas já sei o que eu não quero: viver uma vida preguiçosa de que não tem vontades, nem interesses, nem opinião própria.

Hoje o post é uma resposta do último. Pra provar, mais uma vez, pra mim mesma que tudo melhora e que só depende da minha vontade de ser alguém melhor. E é isso que eu quero sempre ser: alguém melhor do que eu fui ontem. Então, com licença que preciso sair por essa porta que lá fora tem uma vida que me espera.
Até.

sexta-feira, 13 de março de 2009

O dia qualquer

Eu queria vir aqui postar e dizer que demorei tanto pra escrever de novo porque ando muito ocupada e que não tenho tido tempo. Mas o que acontece é realmente o contrário. Ando com tempo até demais, mas vontade nenhuma de fazer coisa alguma. Tá, até tenho me ocupado pensando no roteiro pro meu TCC, mas só ocupa minha cabeça, não ocupa minhas tardes vazias, já que as manhãs eu ocupo dormindo até umas onze, até o calor ficar insuportável. E olha que lá pelas 9 já começa a ficar ruim.

É, não adianta forçar a barra. Quando não se tem o que dizer, não se tem o que dizer. Peço desculpas quem lê aqui por vontade própria. Hoje não é um dos meus dias criativos, nem tampouco um dia interessante. É só mais um dia. Igual ao de ontem, de antes de ontem, e possivelmente ao de amanhã e depois de amanhã. Então até outro qualquer. Espero que lá eu tenha algo mais interessante pra entreter vocês.

quinta-feira, 5 de março de 2009

não sei que significa isso

De novo começo a escrever procurando algum sentido nas coisas que me passam pela cabeça. Já não tenho mais controle dos meus pensamentos. Não posso mais selecioná-los e tampouco ignorá-los. O nó na garganta se instala como se fosse mais uma das minhas pintinhas. Já faz parte de mim. Não consigo desfazê-lo nem com todos os copos de água do mundo.

Eu poderia ficar aqui horas tentando explicar a ninguém o que eu sinto. O que passa é que nem eu mesma sei. Sei que já senti isso antes. Sei que não gosto e sei que não é sobre isso que vim escrever. É como se eu devesse satisfação a mim mesma: "Olha, Lígia. Você deve entender o que tá acontecendo. Você tem que saber o que fazer. É preciso tomar uma decisão". Bingo. Não tenho. Não tenho que entender, não tenho que saber o que fazer, não tenho que tomar decisão alguma. E porque o conflito comigo mesma?

Acho que eu tenho um problema de sempre querer ter o controle da situação. Acontece, minha querida Lígia, que tu já sabe que isso não é possível. Tantas vezes não entendo o que acontece comigo, e mais ainda fico furiosa com isso. Mais me preocupo em saber o que fazer com tudo isso que apenas deixar sentir e esperar que as coisas se resolvem naturalmente. Porque apesar de eu sempre querer saber o que acontece, também sempre sei que as coisas por si só se solucionam. Sem a minha pressão, sem a minha vontade, sem a minha confusão. De repente eu percebo que a turbulência passou e que agora vem a calmaria.

Não sei mais o que dizer sobre o que penso agora. A minha cabeça voltou a latejar, e mais cinco minutos, o nó da garganta se espalha até chegar no meu estômago. Parece que levei um chute no meio da barriga. Acho que vou vomitar.