quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Trégua - A resolução

Eu descobri porque o livro que to lendo mexe comigo. Demorei um pouco pra perceber, mas agora tudo ficou claro. Faltam menos de 30 páginas pra eu terminar de ler, e cada folha que viro, tenho mais certeza sobre essa perturbação. O fato é que no livro, o narrador escreve sobre os vagos acontecimentos tediantes de sua vida. Ele tem lá seus quase cinqüenta anos e tudo que ele quer agora é se aposentar. Toda vez que leio, fico com medo do meu futuro. Eis o problema. Eu não costumo pensar no meu futuro. Eu sou melancólica demais pra fazer planos.

Além do meu pavor de dirigir, eu tenho alguns outros medos. Mas um em especial é o que mais me tortura. Tenho medo de um dia acordar e perceber que já estou velha e que não fiz grandes coisas durante a minha vida. O máximo que fiz foi amar. Porque uma coisa é certa, tenho muito amor pra distribuir por esse mundo afora. Mas acho que isso não é o suficiente. Só dar (receber também) amor nunca vai ser o suficiente. Eu quero muito mais pra minha vida. Eu não tenho grandes sonhos, mas sinto que meu potencial é nobre. Algo me diz que o mundo reserva algo de grandioso pra mim.

No livro, o personagem também pensava assim. O mundo pra ele não era o suficiente. Mas hoje as coisas são diferentes. Ele apenas quer sua aposentadoria. Nem cogita realizar o que um dia ele quis, não cabe mais isso. E pois bem, esse é meu grande pesadelo. Ir desistindo aos pouco de conquistar mais que o mundo. E de repente, percebo que fiquei velha com uma vida chata, vazia e sem vitórias. O que eu vou ter pra contar? O que eu vou ter pra escrever? Sobre meu tédio e sobre minhas frustrações? Pode até ser que seja assim. Mas que eu escreva só pra desabafar sobre o tédio que me persegue, e não porque não tenho mais o que contar. Tenho muito medo. Preciso terminar de ler o livro.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

liguem o ar condicionado antes de ler aqui

chega. por favor, eu imploro. chega! tá quente demais. tá tão quente que se eu digitasse um pouco mais devagar, meus dedos estariam suando ao encostar no teclado. meus braços que apoiam na bancada enquanto escrevo estão grudados, e não me atrevo a mover eles de lugar. o calor é tanto que não tem ventilador que me refresque. uma piscina talvez. mas pra chegar na piscina mais próxima tem que andar um bocado, e nesse bocado não tem ar condicionado. então fico com o ventilador que não ventila o suficiente pra me deixar menos irritada.

ok. eu pedi com educação e nada desse calor passar. será preciso uma carta autenticada pelo cartório, ou um e-mail enviado com o título "urgente" para a pessoa certa, que tome as devidas providência com esse calor infernal? olha, se o inferno for assim tão quente, eu até encaro.. mas com um ventilador anti irritação e cerveja. com cerveja eu topo ficar no calor. mas às vezes o calor é tanto, que descolar do sofá para ir até a geladeira buscar, é algo que não convém agora. meu suor ficaria ali estampado, naquele couro branco. ficaria brilhando e eu jamais teria coragem de sentar nele denovo, por mais que fosse na parte seca. eu ficaria com vergonha, e isso certamente resultaria em suor, coisa que eu to evitando nesses ultimos dias.

não sei ao certo o que se passa comigo nesses dias quentes. eu fico com preguiça pra pensar. não consigo continuar uma conversa. tudo que vem na minha mente é um 'uhum, ãhn' pra dar continuidade ao papo forçado de verão. se a pessoa que está falando não estiver na sua melhor versão tagarela.. esquece! eu não vou conseguir prosseguir com a conversa e o papo não vai fluir. eu poderia ficar jogada no chão gelado, com cervejas geladas rodeando meu corpo, como o giz no chão que marca o corpo morto. meu corpo está morto, de fato. só movo minhas pernas de vez em quando que é pra alternar os lugares que o ventilador ventila.

mas tudo bem. agora são 9 da noite. confesso que meu ventilador está no máximo e está me ajudando consideravelmente. isso não significa que minha irritação diminuiu.. pelo contrário. melhorias acho que só depois de um banho, e olhe lá.. ultimamente tenho saído do banho com tanto calor de quando entrei. mas enifm, não importa mais nada.. eu quero mesmo é dormir, e antes disso sonhar comigo pulando numa piscina, e nela ficando lá, deitada. e só quero acordar pra ver que esfriou, que o inverno chegou e que eu finalmente estou mais calma.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A Trégua

ontem tentei postar aqui, mas não vinha nada. e toda vez que começo a escrever meus dedos perdem o controle e vão escrevendo compulsivamente, até o texto estar pronto sem eu mesma ter percebido. mas enfim, não é disso que vim falar.

ontem antes de ir dormir, peguei o Werther pra continuar a ler. Eu sempre sofro com os inícios dos livros, porque fico agoniada querendo já estar na metade dele, mas esse do Goethe tava me deixando aflita por que não estava conseguindo me identificar com ele. Então resolvi trocar. Peguei o outro que tava na fila de espera: Mário Benedetti: A Trégua. E pronto! Era ele que eu tava precisando ler. Não sei direito o que vim escrever sobre ele, mas quando eu estava o lendo, me identifiquei de imediato. Especificamente com um parágrafo que ele escreve no dia 18 de fevereiro (quase hoje!!). Eu não gosto muito de escrever trechos de livro, mas esse de alguma forma disse muito sobre algo que me diz respeito, mas ainda não sei o que é. Então não posso perder a oportunidade de compartilhar essa minha incerteza de sentimentos:


"(...)Não, não se parecem comigo. Nem se quer fisicamente. Esteban e Blanca têm os olhos de Isabel. Jaime herdou dela a testa e a boca. Que pensaria Isabel se pudesse vê-los hoje, precoupados, ativos, maduros? Tenho uma pergunta melhor: o que eu pensaria se pudesse ver Isabel hoje? A morte é uma experiência tediosa; para os outros, sobretudo para os outros. Eu deveria me sentir orgulhoso por ter seguido adiante, viúvo e com três filhos. Não é orgulho, porém, o que sinto, e sim cansaço. O orgulho serve para quando se tem vinte ou trinta anos. Seguir em frente com meus filhos era uma obrigação, a única maneira para que a sociedade não me enfrentasse ou lançasse o olhar inexorável que se reserva aos pais desalmados. Não havia outra solução, de modo que segui em frente. Mas tudo teve esse caráter demasiado obrigatório para que eu pudesse me sentir feliz."


E de novo me sinto incomodada com esse texto sem saber o porque. Fico sem palavras pra fazer algum comentário. Quem sabe amanhã ou depois. Mas não hoje, não agora. Preciso pensar sobre isso. Sozinha. Preciso entender porque ele me provoca tanto. Não esperem por mim. Vão ler esse livro, que já na terceira página me revirou a cabeça.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

o primeiro selo



ganhei esse selo da querida Flávia - Bonita...Confissões
ela me deu ele já tem um tempo, mas como tava viajando, não tive tempo de colar, e quando tinha, os computadores não aceitavam essa audácia! mas enfim, aqui está!
muito obrigado por ter lembrado de mim! é muito bom quando alguém gosta (e recomenda!) do que eu escrevo, porque eu raramente acho que ficou bom. hehehe

O selo é o Prêmio Dardos:

Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc…, que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.'



Quem merece o selo são duas pessoas talentosas e espciais já citadas nesse meu blog:


Minha amiga Nataly - A Hora da Estrela

e meu namorado Rafael - anotações



Aos indicados:


1. Postar o selo em seu blog, tendo consciência do propósito de promover uma confraternização em blogueiros, homenagem à seus trabalhos.
2. Dizer de quem recebeu.
3. Repassar a "Declaração" para outros blogs (quantos quiser) que você realmente queira declarar o seu amor por belos trabalhos. Deixar link do homenageado, sem esquecer de avisá-lo!
4. Postar as regras.