quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sorrio

De repente uma felicidade toma conta de mim. Meus lábios abrem um sorriso que nem eu esperava acontecer. Fico quieta uns minutos para ver se ela veio por acaso, só de passagem. Mas não. Ela ficou. A felicidade tomou conta mesmo e com isso até me atrevo a soltar uma gargalhada. E não soa falsa, é a gargalhada mais sincera que eu poderia dar sozinha.

Aumento o som e fecho os olhos. Meu corpo segue lentamente o ritmo da música. É inverno, o dia lá fora é branco, faz um frio razoável e acho que é a primeira vez que me sinto muito completa com tudo isso. Eu não poderia me sentir mais feliz.

As palavras vão sumindo aos poucos. Acho que não se tem muito o que dizer sobre a felicidade quando se sente ela. Eu bem que tento, mas por medo dela ir embora depois que a música acabar, páro por aqui para curtir esse singelo momento que me preenche.

E antes que eu perceba, a música acaba e quando a seguinte começa me surpreendo. Não imaginava que a felicidade poderia ficar mais viva do que a que eu sentia segundos antes. Me dou conta que eu estou sorrindo de novo.


(Ouvindo: Damien Rice - The Animals Were Gone)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O frio da nuca

O que me faz pensar em sair daqui correndo? Correr, só correr. Pôr o tênis e com a roupa que for e de pijama, moletom, vestido de formatura, de toalha, ou sem ela... correr. Nesse sol que esquenta minhas costas tenho vontade de fechar os olhos e sair correndo na direção em que o vento sopra. Só pra ter o prazer de saber onde ele quer chegar, ou o que ele quer com essa ventania toda, que varre uma rua para sujar a outra.

Mas o vento não me diz nada. Então perguto ao prédio do lado, o que ele quer dizer quando deixa o sol em uma parte de mim e na outra não. Porque o prédio não vai um pouquinho pra lá pra deixar de esquentar minhas mãos e esquentar minha nuca? É aqui que sinto frio. Na nuca. Levanto a gola do casaco e solto o cabelo. Mas a gola não fica em pé e meu cabelo é curto. Sinto frio na nuca e não consigo fazer mais nada a respeito disso.

Tento pensar em outra coisa e me dou conta que meu corpo todo treme. Estou encolhida na cadeira enquanto penso em todas as mentiras que digo. E meu corpo, mesmo assim, treme. Se ele tivesse vida própria se levantaria e dançaria tranquilamente na sala vazia, ou então correria. Correria desnorteadamente em direção ao sol. Porque é lá que ele poderia enfim descançar do frio e perceber que toda vez que minha nuca arrepia descubro o que o vento quis dizer com tudo isso.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Congelo

E o frio chega em mim. Minhas mãos congelam lentamente enquanto digito. Não há meia que esquente meus pés. Me enrolo no edredon até não sentir o ar gelado. Cubro toda minha cabeça e deixo só meus olhos de fora. Mas não adianta, porque se chove lá fora e queima aqui dentro, não tenho vontade de ter você. E que culpa a gente tem de ser feliz? Que culpa a gente tem, meu bem?

Parece que esses cinco graus que fazem em Capinzal, congelaram minha criatividade também. Porque as palavras não surgem de forma espontâneas. Preciso buscar nas músicas qualquer coisa que faça querer dizer o que nem eu mesma sei se quero dizer. Pois bem.. eu ainda pretendo tentar descobrir, porque é mais forte quem sabe mentir.

Me dou o luxo de deixar mais um post incompleto. Não devo satisfação aos leitores que nem sei se tenho (e se tiver, se manifestem!) e mereço uma folga das minhas inquietudes existenciais. Porque estou feliz, de férias, e em Capinzal curtindo o inverno que congelam meu corpo e esquentam minha alma.

Um beijo a todos,
E se antes esse blog não combinava com bom humor, começo a pensar que estava errada...